quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

Fábula - A ratinha presunçosa

FÁBULA

A fábula é uma narrativa figurada, na qual as personagens são geralmente animais que possuem características humanas. Pode ser escrita em prosa ou em verso e é sustentada sempre por uma lição de moral, constatada na conclusão da história.
A fábula está presente em nosso meio há muito tempo e, desde então, é utilizada com fins educacionais. Muitos provérbios populares vieram da moral contida nessa narrativa alegórica, como, por exemplo: “A pressa é inimiga da perfeição” em “A lebre e a tartaruga” e “Um amigo na hora da necessidade é um amigo de verdade” em “A cigarra e as formigas”.
Ao redigir uma fábula, lembre-se de ter um ensinamento em mente. Além disso, o diálogo deve estar presente, uma vez que trata-se de uma narrativa.
Por ser exposta também oralmente, a fábula apresenta diversas versões de uma mesma história e, por esse motivo, dá-se ênfase a um princípio ou outro, dependendo da intenção do escritor ou interlocutor.
É um gênero textual muito versátil, pois permite diversas situações e maneiras de se explorar um assunto. É interessante, principalmente para as crianças, pois permite que elas sejam instruídas dentro de preceitos morais sem que percebam.

 Na elaboração desse gênero, pode-se utilizar da ironia, da sátira, da emoção, etc. É imprescindível sempre escolher personagens inanimados e/ou animais e uma moral que norteará todo o enredo.

A RATINHA PRESUNÇOSA

Era uma vez uma ratinha muito presunçosa que encontrou uma moeda de ouro quando varria a calçada de sua toca.
Assim que encontrou o dinheiro, começou a pensar em como o gastaria.
— Será que compro um vestido novo? Ou um laço cor-de-rosa? Quem sabe um lindo par de sapatos?...
Depois de muito pensar, decidiu-se por um lindo chapéu todo enfeitado de flores e laços coloridos.
Quando se olhou no espelho, com seu novo chapéu, achou-se tão linda, que logo pensou:
 — Ah! Linda assim como estou vou poder arrumar um marido bem bonito e rico.
E foi passear na cidade.
Logo aproximou-se um lindo galo, de penas brilhantes e andar elegante, que falou:
— Linda ratinha, você quer ser minha esposa? Tenho muita disposição para trabalhar e muito carinho para lhe dar.
— Não, não – respondeu-lhe a ratinha.  – suas penas são tão brilhantes e seu andar tão elegante, que ninguém me notaria ao seu lado. E depois eu quero um marido rico, não um trabalhador.
Assim, ela ia andando e recebendo propostas de amor eterno e de casamento.
Mas ninguém satisfazia aquela ratinha presunçosa.
Então apareceu um lindo gato, elegante, bem vestido, de anelão no dedo, com olhar de conquistador, que lhe falhou:
— Querida ratinha, você quer ser a rainha do meu palacete? Viver coberta de ouro e de roupas finas?
A ratinha aceitou imediatamente, nem pensou duas vezes, e o casamento foi realizado.
Uma festa inesquecível, a noiva belíssima não cabia em si de contentamento.
Assim, que todos os convidados se retiraram, o gato começou a persegui-la por toda a parte, a fim de devorá-la. E ele dizia:
— Sua ratinha presunçosa, queria ouro de um gato, não é? Pois você vai esquentar a minha barriga! Rá-rá-rá-rá!
A pobre ratinha corria e gritava feito uma desesperada, até que foi salva pelos pretendentes que ela rejeitara.
Depois desse susto, a ratinha aprendeu que devemos gostar das pessoas pelo que elas são, e não pelo que parecem ser.

(Clássico Infantil). LIPPI, Valéria Martins. De palavra em palavra – língua portuguesa – São Paulo: FTD, 1993.

Prática de Leitura

1. Como era a ratinha da história?
Ela era muito presunçosa.

2. Quando a ratinha encontrou a moeda de ouro?
Quando ela varria a calçada de sua toca.

3. Marque (V) para as frases que estão de acordo com o texto e (F) para as que não estão de acordo com o texto:

a. (  F ) Com a moeda de ouro a ratinha pensou em comprar um casaco de peles.

b. (  F ) Com a moeda de ouro a ratinha queria comprar uma fivela.

c. (   ) Com o dinheiro a ratinha comprou um chapéu enfeitado de flores e laços.

d. (  F ) A ratinha comprou com a moeda que encontrou um vestido com babados e fitas de cetim.

e. (  F ) Com a moeda a ratinha comprou uma saia de filó com flores coloridas.

4. O que a ratinha pensou ao se olhar no espelho?
Ela pensou que como estava linda poderia arrumar um marido bonito e rico.

5. Indique quais os personagens que fizeram as seguintes perguntas:

a) “— Linda ratinha, você quer ser a rainha do meu palacete? Viver coberta de ouro e roupas finas?”
O gato.
b) “— Querida ratinha, você quer ser minha esposa? Tenho muita disposição para trabalhar e muito carinho para lhe dar."
O galo.
6. Que motivo a ratinha deu para não aceitar o pedido de casamento do galo?
Ela disse que ele tinha penas tão brilhantes e o andar tão elegante e por isso ninguém a notaria ao lado dele e também que queria um marido rico, não um trabalhador.

7. Quem a ratinha escolheu para marido?
Ela escolheu o gato.

8. O que a ratinha levou em consideração ao escolher o seu marido?
Ela levou em consideração a aparência, pois o gato estava bem vestido e usava um anel no dedo.

9. Escreva o que aconteceu:

a) durante o casamento.
A noiva estava belíssima e feliz e a festa foi inesquecível.

b) depois da festa de casamento.
O gato começou a persegui-la por toda parte para devoravá-la e a ratinha fugia e gritava desesperada até ser salva pelos pretendentes que ela rejeitara.

10. O que a ratinha aprendeu depois do susto que levou?
Ela aprendeu que devemos gostar das pessoas pelo que elas são, e não pelo que parecem ser.

11. Em sua opinião a ratinha agiu corretamente ao escolher seu predador natural para marido? Justifique sua resposta.
Resposta pessoal.

12. Você se considera presunçoso (a)? Por quê?
Resposta pessoal.

Vocabulário

Procure no dicionário o significado das palavras e crie uma frase para cada uma delas:

presunçosa: vaidosa, pretensiosa.

decidir: resolver.

proposta: pedido, oferta.

conquistador: sedutor.

pretendente: candidato, aspirante.

Prática de Escrita

Que tal escrever em seu caderno outro final para esta história.
Vamos completar a história a seguir:

O casamento da Ratinha Presunçosa

O vilarejo estava em festa. Tudo estava pronto para o casamento da __________________________________________ com o seu noivo, o _________________________.
A cerimônia de casamento começou e os convidados ficaram admirados com a elegância da _________________________ com seu lindo vestido _______________________, bordado com _____________________ e rendas. O noivo mal se continha em seu terno ______________________ com gravata _______________________.
A cerimônia foi realizada pelo padre Castor, na Igreja da Boa Morte. Os noivos fizeram o juramento e trocarem as alianças. O ________________ os declarou marido e mulher.
A festa foi realizada no clube Pirilampos. Os convidados puderam comer ________________,
_________________________, ____________________________, _______________________________ e beberam _________________________ e ________________________________. Os noivos dançaram a valsa e tiraram fotografias. Depois da festa os convidados foram embora.
O noivo, o gato, começou a perseguir a noiva que gritou por socorro. Até que o ______________________, um de seus pretendentes, resolveu socorrê-la.
O noivo foi preso e a ratinha foi para o convento.

Prática de Análise da Língua
Vírgula,   
A vírgula separa palavras e frases. Na leitura indica que devemos fazer uma pequena pausa antes de continuar. Ela é usada:
Nas datas: Quirinópolis, 10 de março de 2014.
Nos endereços: Rua das Palmas, 1.304, ap. 129.
Para separar sequências: Marcela comprou arroz, feijão, batata, cenoura e carne.
                             
Dois-pontos:
Os dois-pontos são usados para indicar que alguém vai falar:
A empregada perguntou à patroa:
— Posso tirar folga no sábado?
E a patroa respondeu:
— Claro que não! Sua folga é aos domingos.
Travessão —
O travessão é usado para indicar a fala:
— Mamãe, posso comer um pedaço da torta de limão?
— Pode, não se esqueça de escovar os dentes.

Agora treine para não esquecer:
Crie um diálogo romântico entre a Ratinha Presunçosa e o seu noivo, o gato. Não se esqueça do travessão e dos dois-pontos.
Resposta pessoal.
Transcreva do texto A Ratinha Presunçosa frases que apresentem a seguinte pontuação:

a) vírgula.
"Então apareceu um lindo gato, elegante, bem vestido, de anelão no dedo, com olhar de conquistador, [...]"
b) dois-pontos:
"Logo aproximou-se um lindo galo, de penas brilhantes e andar elegante, que falou:"

c) travessão.
"— Querida ratinha, você quer ser a rainha do meu palacete? Viver coberta de ouro e de roupas finas?"

Pontue as frases com vírgula, travessão e dois-pontos quando for necessário:
a) Goiânia10 de março de 2014.

b) Rua dos Carajás247, ap. 31.

c) A mãe recomendou:
Não se esqueça de comprar pão, leite, café e margarina.

Curso de Licenciatura em Pedagogia - Universidade Estadual de Goiás (UEG) Câmpus Quirinópolis, Goiás. Fonte: Reunião de Estudo. PIBID - Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência - CAPES - Brasil.  Coordenadora de Área: Andreia Cristina da Silva.



terça-feira, 14 de janeiro de 2020

Plano de Aula - Notícia

PLANO DE AULA (1)
PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA (PIBID)
CURSO DE PEDAGOGIA/UEG/CÂMPUS QUIRINÓPOLIS

DISCIPLINA: Língua Portuguesa
TRURMA: 3º Ano do Ensino Fundamental

I - MOTIVAÇÃO INICIAL: 
Oração: Pai Nosso
Música: A Barata Diz Que Tem
Curtindo a história: Maria-vai-com-as-outras (Sylvia Orthof)

II – EIXOS TEMÁTICOS
- Prática de Oralidade; 
- Prática de Leitura; 
- Prática de Escrita; 
- Prática de Análise da Língua.

III - OBJETIVOS ESPECÍFICOS (EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM)
- Ler notícias, utilizando diferentes estratégias de leitura como mecanismos de interpretação de textos;
- Localizar informações implícitas em notícias;

IV – CONTEÚDOS
- Notícia (Pássaros constroem “Cingapura” em abacateiro)

V - METODOLOGIA
- Motivação Inicial: dar as boas vindas; fazer a oração, cantar a música e fazer a leitura da história Maria-vai-com-as-outras (Sylvia Orthof).
- Fazer o cabeçalho no quadro de giz;
- Fazer o levantamento dos conhecimentos prévios dos alunos sobre o que eles sabem sobre notícia: Vocês sabem o que é uma notícia? Qual é a função da notícia? Em que veículos de comunicação nós encontramos a notícia?
- Aula expositiva dialogada sobre o que é notícia.
- Entregar a fotocópia do texto e fazer a leitura oral;
- Escolher alguns alunos para fazer a leitura oral;
- Explicar a proposta de atividades;.
- Fazer o acompanhamento individualizado dos alunos durante a realização das atividades;
- Fazer a correção das atividades no quadro de giz.
- Fazer a conclusão da aula retomando o assunto estudado;

VI - RECURSOS
- Quadro de giz;
- Texto e atividades fotocopiados;
- Conto Maria-vai-com-as-outras (Sylvia Orthof).

VII - AVALIAÇÃO
A aula será avaliada com base nos seguintes critérios:
- participação oral;
- desempenho na resolução das atividades propostas.

VIII - REFERÊNCIAS
LEAL, Gláucia. Pássaros constroem “Cingapura” em abacateiro. O Estado de S. Paulo, 29/03/98.Disponível em <http://professoracarina.blogspot.com/2010/11/1.html> Acesso em: 18 ago. 2018.
ORTHOF, Sylvia. Maria-vai-com-as-outras. São Paulo: Ática, 2008.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

Qual a importância das datas comemorativas na formação dos estudantes?

Qual a importância das datas comemorativas na formação dos estudantes?

O trabalho com as datas comemorativas é importante para a formação cultural dos estudantes, no entanto, faz-se necessário um planejamento cuidadoso, o qual envolve a pesquisa e a busca de novas abordagens para que o trabalho pedagógico contribua, de fato, para o desenvolvimento do estudante. Nesta perspectiva, o ideal é problematizar, refletir e discutir novas formas de tratar essas datas para que possam configurar-se como situação de aprendizagem para todos os envolvidos, respeitando valores culturais, religiosos, econômicos e éticos das crianças e suas famílias, além dos princípios da instituição. Por exemplo, como abordar o tema Natal, uma celebração cristã, respeitando a crença de todos os alunos e ainda conscientizar as crianças sobre o aspecto comercial amplamente divulgado pela mídia televisiva que insiste em transformar a Páscoa, o Dia das Mães, dos Pais, o dia das crianças e até mesmo o Natal  em uma celebração do consumismo, essas datas  perderam o sentido real se se tornaram apenas  um pretexto para a troca de presentes. 

O PIBID PEDAGOGIA E A FORMAÇÃO DO LEITOR LITERÁRIO NA ESCOLA

O PIBID PEDAGOGIA E A FORMAÇÃO DO LEITOR LITERÁRIO NA ESCOLA


Andreia Cristina da Silva1
Luzinei Nunes da Silva Domingues2,
Carla Cristina da Silva3 
Carlla Esmerino dos Santos4
Fabíola Cristina da Silva5
Jannine Alves Costa6  
Karoline Maria Oliveira7 
Larissa Silva Gonzaga Marçal8
(IC), Lucélia de Araújo Paz9 
Michele Rocha da Costa10  
Thaís Aparecida da Silva11 
Vanessa Gomes da Silva12


1 Coordenadora de Área; Universidade Estadual de Goiás; Câmpus Quirinópolis; e-mail:
andreiacristinaueg@gmail.com
2 Supervisora; Escola Municipal Professora Zelsani; e-mail: <luzinei_nsd@hotmail.com>
3,4,5,6,7,8,9,10,11,12 Graduandas em Pedagogia, Universidade Estadual de Goiás (UEG); Câmpus Quirinópolis


Resumo

O texto apresenta as ações do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), da Universidade Estadual de Goiás (UEG), Subprojeto Pedagogia, Câmpus Quirinópolis. As ações foram desenvolvidas na Escola Municipal Professora Zelsani, no período de agosto de 2018 a novembro de 2019. O texto objetiva descrever as principais ações realizadas para a formação inicial de professores tendo em vista a realização de um trabalho sistemático com a Literatura Infantil voltado para a formação do leitor literário na escola. Nessa perspectiva, o trabalho envolveu a pesquisa bibliográfica dentro das áreas pertinentes ao nosso tema maior, ou seja, a formação do leitor literário. Assim, fizemos leitura, fichamento, debate e sistematização de reflexões a partir de estudos críticos sobre a importância da Literatura Infantil, a formação de leitores literários e o lugar da leitura literária no espaço escolar. Refletimos sobre a importância da formação do leitor para o próprio aluno enquanto leitor em formação e também sobre os agentes formadores desse leitor, especialmente a escola e os ambientes em que tais agentes atuam. A seguir, discutimos alguns problemas das relações entre esses agentes na formação do leitor e, por último, elaboramos algumas ações direcionadas para a formação do leitor literário tendo em vista a busca de metodologias e atividades que desenvolvessem o encantamento dos estudantes pelos livros. A leitura literária deve ser incentivada como um espaço ou atividade que permite o desencadear de múltiplas visões que cada obra sugere, isto é, interpretações variadas e imprevisíveis, e não fechadas ou previamente determinadas pelo professor ou mesmo o autor do livro. Nesse sentido, faz-se necessário dar ênfase às variadas interpretações pessoais dos alunos, pois cada uma dessas interpretações é resultado da percepção singular do universo representado no texto e da compreensão própria e particular do objeto artístico na situação de cada leitor. Assim, o trabalho com a leitura literária envolveu a leitura oral de obras literárias, a contação de histórias, a encenação de obras literárias e a leitura e interpretação de textos, oral e escrita. A formação do leitor é essencial para a inserção do sujeito no mundo por esta razão a escola e os agentes que nela atuam precisam criar contextos significativos para que o estudante possa ter um contato permanente com a obra literária, com este pensamento foram pensadas e elaboradas todas as ações do Subprojeto Pibid Pedagogia. Assim, uma etapa importante foi a seleção de textos literários para as atividades de contação de história e de leitura e interpretação de textos, além de atividades escritas, foram elaboradas propostas de interpretação de texto envolvendo jogos e desafios, como “O jogo da velha”, “O desafio dos Contos de Fadas”, “Na trilha literária”, “A tenda literária”, “O projeto ler para contar”, “A roda da leitura”, dentre outros. Todas as ações desenvolvidas reafirmaram a importância da formação inicial dos professores para trabalhar com a Literatura Infantil e propor ações voltadas para a formação do leitor literário.

Palavras-chaves: Pibid. Formação Inicial. Formação do leitor literário.

Comunicação oral apresentada no XV SEPE - Seminário de Ensino, Pesquisa e Extensão da Universidade Estadual de Goiás (UEG), Câmpus Quirinópolis em 03/12/2019.

domingo, 12 de janeiro de 2020

Projeto Semana Da Criança 2019

Subprojeto Pibid Pedagogia da UEG/Quirinópolis encena a peça teatral “A Pílula Falante”

O Subprojeto Pibid Pedagogia realizou no dia 08 de outubro, terça-feira, quatro sessões da peça teatral “A Pílula Falante” na Escola Municipal Professora Zelsani como parte das atividades comemorativas do Dia das Crianças. 

Imagem 1 - Elenco da peça: Carlla Esmerino (PIBID) e Thaís Aparecida (PIBID) caracterizadas como as personagens Emília e Narizinho.


 O Subprojeto Pibid Pedagogia da UEG Câmpus Quirinópolis desenvolve atividades que valorizam a Literatura Infantil e a Contação de Histórias.

Imagem 2 - Elenco da peça: Jannine Alves (PIVID), Larissa Silva (PIBID) e Carlla Esmerino (PIBID)

A peça teatral “A Pílula Falante” é uma adaptação da obra de Monteiro Lobato “As reinações de Narizinho”. O autor foi escolhido pela equipe do Subprojeto Pibid por sua importância no cenário literário nacional, além disso, as crianças adoram os personagens do Sítio do Pica-Pau Amarelo. Com a realização da peça teatral objetiva-se despertar o interesse das crianças pela leitura de obras literárias. A peça foi um sucesso.

 Imagem 3 - Elenco da peça: Carlla Esmerino (PIBID)
 Imagem 4 - Elenco da peça: Lucélia de Araújo (PIBID) e Jannine Alves (PIVID)

 Imagem 5 - Elenco da peça: Lucélia de Araújo (PIBID) e Jannine Alves (PIVID)

Imagem 6 - Elenco da peça: Carla Cristina (PIBID), Lucélia de Araújo (PIBID) Carlla Esmerino (PIBID), Larissa Silva (PIBID) e Jannine Alves (PIVID).

 Imagem 7 - Elenco da peça: Luzinei Nunes (Supervisora), Larissa Silva (PIBID), Karoline Maria (PIBID) e Vanessa Gomes (PIBID)
 Imagem 8 - Elenco da peça: Luzinei Nunes (Supervisora) e Fabíola Cristina (PIVID), Michele Rocha (PIBID), Jannine Alves (PIVID), Larissa Silva (PIVID) Carla Cristina (PIBID) Vanessa Gomes (PIBID) e no centro Karoline Maria (PIBID).

Técnicas de Contação de Histórias

Técnicas de Contação de Histórias

Por Andreia Cristina da Silva


Os contadores de histórias na atualidade, geralmente, elegem fontes escritas, o que requer por parte destes a leitura solitária e cuidadosa antes da transmissão oral. Um critério essencial que não pode ser ignorado pelo contador de histórias é a qualidade literária dos textos escolhidos para a narração. É primordial o conhecimento e a seleção de bons textos literários e possuir uma boa experiência pessoal de leitura.

No momento de escolher a história, o contador deve levar em consideração o seu público alvo, para quem conta, onde conta e o que conta. A preparação da história começa com a escolha criteriosa e cuidadosa do texto, pela leitura do que está explícito e implícito no texto. Uma leitura mais aprofundada do texto durante a preparação do contador possibilita uma visão mais detalhada das entrelinhas e um envolvimento maior com o que foi escrito, de modo a realizar de maneira mais adequada e agradável sua narração.

 A leitura das entrelinhas, isto é, de cada detalhe, é indispensável para que o leitor, no caso o contador, possa ultrapassar a superfície do texto e envolver-se na realização de uma leitura mais bem aprofundada. É preciso, então, que ele não esqueça que a leitura é o exercício de um diálogo. Além disso, o contador precisa apreciar a história, como alguém aprecia uma comida saborosa, de modo a que essa apreciação o desperte para a sensibilidade e emoções que o texto transmite. 

O modo pelo qual o texto é transmitido aos ouvintes deve levar em consideração a ação vocal por meio da qual o texto é transmitido. A narração dos novos contadores, ou seja, a forma com que contam suas histórias, deve ser sempre uma “performance” teatral. Por isso, os contadores podem ser considerados atores de uma teatralidade viva. Para Sisto (2005) Alguns aspectos essenciais precisam compor a performance do contador, como emoção, texto, adequação, corpo, voz, clima e memória. Nesse sentido, o contador deve pesquisar, estudar e treinar para a sua contação, apresentar o texto com naturalidade. A naturalidade exige segurança e simplicidade no desempenho. O uso de artificialidades, isto é, recursos durante as falas e a atuação implicam na instabilidade do contador perante seu público. Conforme Sisto (2005, p.22) “quem conta tem que estar disposto a criar uma cumplicidade entre a história e o ouvinte, oferecendo espaço para o ouvinte se envolver e recriar.”

 Para Zumthor (2005) os principais instrumentos do narrador são sua voz e seu corpo, para transmitir as emoções do enredo do texto. A voz é um elemento natural, desde sempre separado da linguagem: ela midiatiza a língua. Assim, o contador deve educar a voz para conseguir o melhor efeito possível enquanto narra e também atentar para a sua expressão corporal. A voz tem uma função importantíssima durante a contação, ela deve ser modulada de acordo com o que está sendo narrado. 

Conforme Coelho (1986) é preciso levar em consideração os seguintes aspectos: intensidade, clareza e conhecimento. A intensidade está ligada ao timbre de voz. Entonação e ritmo devem-se adequar às emoções que o contador quer compartilhar e instigar em seus ouvintes. A clareza, por seu lado, diz respeito a uma boa dicção, correção da linguagem. O conhecimento, enfim, depende do aprofundamento do contador no campo da literatura que pretende trabalhar. Segundo Sisto (2005) são elementos chaves que o contador de histórias deve levar em conta para produzir uma boa narração: atentar para o ritmo da fala, projetar a voz, pronunciar as palavras com a maior clareza possível, tornar expressivo o que se diz, descobrir a musicalidade das frases, utilizar a impostação da voz de forma correta, fazer contato visual com o público e confiar na sua contação. 

O corpo também assume um papel importante na transposição do texto impresso para a narração oral. O corpo fala por si só. Sendo assim, a expressão corporal é fundamental para dar credibilidade ao que está sendo narrado. Os gestos devem ser verdadeiros, ou seja, resultar de emoções de fato vivenciadas. Gestos comedidos, controlados, geram cansaço e incredibilidade no ouvinte perante aquilo que esta sendo narrado. Ao integrar o texto narrado e a expressão corporal o contador alcança um resultado satisfatório em sua atuação. Cada gesto, cada palavra carrega em si e em seu conjunto a narrativa que o contador pretende transmitir, imprimindo, assim, ao ato de contar sentido e direção. Outro aspecto fundamental durante a performance do contador é o do seu olhar. O olhar instiga o ouvinte a adentrar na história. O contador deve ter um olhar triplicado, pois ao mesmo tempo em que olha para a história que está contando, tem que voltar seu olhar para si e para seus ouvintes. A sensibilidade do olhar do contador mediará o envolvimento de seus ouvintes com o texto que narra. 

Para contar bem uma história são necessários os seguintes cuidados por parte do contador:
• conhecer bem a história;
• fazer um planejamento antes de contá-la;
• não enfatizar detalhes simples;
• mostrar entusiasmo e alegria ao contá-la;
• evitar o uso de muitos “então”;
• utilizar linguagem clara e correta;
 • pronunciar bem as palavras;
• olhar para seus ouvintes;
• não interromper a narração para dar explicações;
• falar em tom audível e com voz modulada.

Além dos cuidados acima, as técnicas de voz utilizadas no teatro e a expressão corporal podem ajudar o contador de histórias a dar vida a suas narrativas. O contador de histórias contemporâneo tem consciência de que sua voz é importantíssima, uma vez que ela possibilita ao ouvinte criar sua própria história, visualizar as imagens e imaginar todos os aspectos que envolvem a história que está sendo narrada. A voz quando bem utilizada se torna a responsável imediata para o estabelecimento de um vínculo positivo entre o contador e o ouvinte. A voz do contador deve ser utilizada com certa intencionalidade, cheia de significados daquilo que se deseja comunicar ao outro e não cheia suspenses e hesitações vazias que nada acrescentam. 

A expressão corporal também pode auxiliar o contador de histórias a manter seus ouvintes atentos a cada detalhe que está sendo narrado. Contudo, deve se ter uma certa cautela, pois movimentos muito exagerados podem contribuir para a dispersão do ouvinte. E finalmente, o contador de histórias deve se envolver emocionalmente com a história que vai narrar. Se seu objetivo é emocionar, deve priorizar o despertar da emoção dos espectadores, se for fazer rir, deve conduzir a narrativa de tal modo que o público dê boas risadas. Nessa perspectiva, o contador de histórias deve procurar sempre aperfeiçoar suas técnicas. Na escola, a contação de histórias poderá contribuir para a formação de bons leitores e produtores de textos, bem como contribuir para o desenvolvimento da comunicação oral e da expressão corporal. 

REFERÊNCIAS BIBIOGRÁFICAS 
COELHO, B. Contar histórias uma arte sem idade. São Paulo: Ática, 1986. 
SISTO, C. Textos e pretextos sobre a arte de contar histórias. 2 ed. Curitiba: Ed. Positivo, 2005. 
ZUMTHOR, P. A presença da voz. In: Escritura e nomadismo. São Paulo: Ateliê Editorial, 2005. p 61-102.