O gênero textual diário é o registro de ideias,
opiniões acerca da realidade que nos cerca, ele permite a expressão de
sentimentos de uma maneira geral, bem como registrar fatos ocorridos no
cotidiano.
Na prática o diário pessoal é considerado um relato íntimo destinado apenas
para ser lido pelo seu autor. Não existem grandes preocupações literárias e a
linguagem é simples, fluída e familiar. É repetitivo, usa a linguagem coloquial
e o conteúdo faz referência aos episódios do cotidiano do autor. Porém, na
escola o diário será utilizado para registrar momentos importantes da vida do
autor sendo permitida a leitura por outras pessoas.
A utilização do diário é importante por se tratar de um texto livre que permite
à criança se expressar espontaneamente, portanto, o diário possui um grande
potencial para motivar a produção escrita.
O professor pode confeccionar os diários com as folhas de papel que sobram nos
cadernos dos próprios alunos, basta separá-las, elaborar uma capa bem bonita e
grampeá-las ou costurá-las. Assim, teremos um diário personalizado para cada
estudante.
Ao iniciar o trabalho com o diário é importante selecionar trechos de diários
de acordo com a faixa etária para serem lidos pelos estudantes. Com as crianças
que ainda não foram alfabetizadas o registro no diário pode ser feito de forma
coletiva por meio de pequenas frases e até mesmo por meio do desenho.
Apesar de o diário ser um gênero textual livre, é importante que o educador
trabalhe com os estudantes a sua estrutura.
Estrutura do texto
- Vocativo: como o autor não escreve para uma pessoa específica, mas sim para ele mesmo (a), pode começar assim: “Meu querido diário”...
- A data: essa parte é essencial, pois daqui a uns dez anos, poderá rever o que registrou numa determinada ocasião.
- Desenvolvimento: trata-se da parte na qual registrará as informações que desejar, não se esquecendo dos detalhes mais importantes.
- Por fim, a assinatura, evidenciando o autor (a) do texto.
COLÉGIO
ESTADUAL PRESIDENTE CASTELO BRANCO
PROGRAMA
PIBID/PEDAGOGIA – UEG/QUIRINÓPOLIS-GO
ALUNO: ___________________________________
DATA: _____/_____/_______
O DIÁRIO DE SERAFINA
É setembro,
lua cheia, o tempo está gostoso.
Não está
fazendo nem muito calor nem muito frio.
Diário,
Já faz mais
de um mês que eu ganhei você de presente de aniversário e guardei na gaveta.
Não sabia o que fazer, juro. Já tinha ouvido falar de gente que fazia diário,
contava segredos pra ele, e não deixava ninguém ler depois.
Mas hoje de
manhã acordei com vontade de fazer mais ou menos a mesma coisa. Eu digo mais o
menos porque não pretendo escrever todos, todos os dias, nem pretendo contar
segredos, e pode ser até que eu deixe algumas pessoas lerem o que escrevi.
E sabe por
que me deu esta vontade justo hoje? Porque tive um sonho muito bonito e achei
que devia escrever pra não me esquecer dele nunca.
Então, a
partir de hoje, você vai se transformar num diário, no meu futuro querido
diário, pra não me deixar esquecer coisas que eu quero lembrar.
Sinto muito,
mas por enquanto ainda não dá pra chamar você de querido, viu?
Semana
passada Seu Nono me levou no circo. Um circo com malabaristas, trapezistas e
palhaços e elefantes que faziam de tudo – era só o domador mandar e eles
obedeciam. Tinha outros bichos também, mas eu fiquei impressionada mesmo foi
com os elefantes. É que eles tinham um olhar tão triste que me dava uma pena
danada.
Eu gostei
muito do espetáculo, comi pipoca e amendoim torrado, voltei pra casa
conversando com Seu Nono, mas não conseguia tirar os elefantes da cabeça.
Só que tudo
isso foi verdade, diário. Eu fui mesmo ao circo e fiquei pensando nos elefantes
depois, com uma vontade de fazer alguma coisa
por eles.E durante essa noite eu fiz! Em sonho, mas
fiz. Fui sozinha até o circo, abri a porta da jaula dos elefantes e soltei os
dois. Depois resolvi não voltar pra casa e fui morar na floresta com meus novos
amigos.
A gente foi
conversando pelo caminho e eu era capaz de entender tudo que os olhos dos meus
amigos queriam dizer.
É que antes
eles estavam tristes, Sabe? E os olhos tristes ficam mudos, acho...
[...]
De repente,
ouvi o barulho de um trovão, a nuvem preta estremeceu, eu estremeci junto, e
água despencou. Mas despencou bem de mansinho e eu... Bem, eu acordei com o
barulhinho da chuva caindo no meu telhado...
Acabou
diário. Quase todo o sonho acaba meio de repente, né? Mas que foi bonito
foi, hein? Bonito e gostoso também. Você não imagina como foi bom...
Um beijo
Serafina.
Cristina Porto. Se... Será, Serafina?
Atividades
de interpretação
1. Quem escreveu o diário?
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2. Quem escreveu o texto que você leu?
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3. Por que Serafina guardou o diário na gaveta?
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4. O que fez com que ela mudasse de ideia com
relação ao diário sair da gaveta e começasse a ser usado?
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5. Releia esse trecho do diário de Serafina:
Eu fui mesmo ao circo e fiquei pensando nos
elefantes depois, com uma vontade de fazer alguma coisa por eles. E durante
essa noite eu fiz!
a) Na vida real a menina acreditava que nada podia
fazer para ajudar os elefantes. Por quê?
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b) Durante o sonho, o que Serafina fez para ajudar
seus amigos elefantes?
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6. É possível identificar um mundo real e um
mundo imaginário no diário de Serafina. Pinte de vermelho os
fatos reais e de azul os fatos que aconteceram no sonho. No quadro a
seguir você encontrara fatos que Serafina contou em seu diário:
Semana passada Seu Nono me levou no circo.
|
Mas eu fiquei impressionada mesmo foi com os
elefantes.
|
Fui morar na floresta com meus novos amigos.
|
Eu acordei com o barulhinho da chuva caindo no
meu telhado...
|
Já faz mais de um mês que eu ganhei você de
presente de aniversário e guardei na gaveta.
|
Fui sozinha até o circo, abri a porta da jaula
dos elefantes e soltei os dois.
|
7. Releia o trecho abaixo e responda:
Então, a partir de hoje, você vai se transformar
num diário, no meu futuro querido diário...
Com isso a menina quis dizer que:
a) ( ) o diário já era
muito querido.
b) ( ) o diário se tornaria
querido com o tempo.
c) ( ) o diário nunca seria
querido.
8. O que fez Serafina acordar?
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COLÉGIO
ESTADUAL PRESIDENTE CASTELO BRANCO
PROGRAMA
PIBID/PEDAGOGIA – UEG/QUIRINÓPOLIS-GO
ALUNO: ____________________________________ DATA:
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Uma página de diário
Clarissa
abre o seu diário de capa verde e escreve:
Quero
escrever neste diário tudo o que penso tudo o que sinto. Mas a gente nunca
escreve tudo o que pensa, tudo o que sente. Por que será que só somos sinceros
pensando?
Preciso ter
um diário porque não tenho com quem conversar. As minhas colegas do Elementar
não gostam de mim. (Não sei por quê!) a única que me procura é a Dolores.
No diário é
como se eu estivesse conversando comigo mesma. Assim tenho a impressão de que
estou menos só.
Que é que
tenho para contar? O dia está lindo. Estamos no outono. No pátio de minha casa
tem uma paineira florida. Bonito! Uma professora formada dizendo “tem uma
paineira”. O direito é “há uma paineira”. Mas fica tão pedante... Por que será
que a gente nunca escreve como fala? Bom, mas a verdade é que ninguém vai ler o
meu diário.
E se eu
morrer? Se eu morrer, depois da missa de sétimo dia mamãe toda de preto vem
chorando reunir as minhas coisas. Encontra este livro, abre. Lê e fica sabendo
todos os meus segredos.
Não. Preciso
destruir este diário antes de morrer. O pior é que a gente nunca sabe quando
vem a hora da morte.
Mas eu ia
dizendo que no nosso pátio tem uma paineira florida. De manhã os passarinhos
fazem uma gritaria doida dentro dela. Se eu soubesse pintar, eu pintaria a
nossa paineira.
Hoje,
entrando na sala de visitas, senti a mesma coisa que sentia quando era guria.
Quando olhei para o retrato do meu bisavô senti um medo esquisito, uma
impressão de que o retrato ia sair correndo atrás de mim. Bobagem! Um retrato
não pode se mexer. Se os outros soubessem do meu medo, na certa riam de mim.
Mas o que eu
sinto, não devo mentir. Pelo menos para mim mesma...
(Érico Veríssimo, Clarissa, 50.
ed. São Paulo: Globo, 1999)
Interpretação do Texto
1.
Para Clarissa, o diário é uma espécie de diálogo íntimo. Que frase do texto
contém essa informação?
a) “Preciso
destruir este diário...”
b) “Quero
escrever neste diário tudo o que penso, tudo o que sinto.”
c) “...
só somos sinceros pensando?”
d) “No
diário é como se eu estivesse conversando comigo mesma.”
2.
O diário suaviza a solidão de Clarissa. Assinale a frase que justifica essa afirmação.
a) “Assim
tenho a impressão de que estou menos só.”
b) “As
minhas colegas não gostam de mim.”
c) “Que é
que tenho para contar?”
d) “A única
que me procura é Dolores.”
3. De acordo com o texto qual é a profissão de
Clarissa?
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4. Qual é o temor revelado por Clarissa ao escrever
o seu diário?
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5. Qual é a única amiga de Clarissa?
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5. Que sentimento Clarissa revela ao observar o
retrato de seu bisavô?
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6. Por que Clarissa não pinta a paineira do pátio
de sua casa?
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7. Reescreva os trechos em destaque empregando a
linguagem formal:
a) “No pátio de minha casa tem uma paineira florida.”
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b) “O pior é que
a gente nunca sabe quando vem a hora da morte.”
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c) “Por que será
que a gente nunca escreve como fala?”
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8. A palavra pedante pode ser substituída sem prejuízo,
exceto por:
a) presunçoso
b) soberbo
c) arrogante
d)
compreensível
9. O que Clarissa pensou em fazer com o diário
antes de morrer?
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10. O que Clarissa pretende escrever no seu
diário?
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Subprojeto PIBID - Curso de Licenciatura em Pedagogia - Universidade Estadual de Goiás (UEG) Câmpus Quirinópolis, Goiás. Fonte: Diário de Campo, 2016. PIBID - Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência - CAPES - Brasil.
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