Pomba Colomba
Pomba Colomba estava arrumando a casa: varreu um canto, varreu outro canto, espanou a poeira. Aí, Pomba Colomba foi regar a roseira do quintal. Abriu a porta e achou uma cesta.
De dentro da cesta, saía um soluço triste. Era uma carta, que chorava baixinho:
— Ai, ai, ai!
Pomba Colomba tirou a carta da cesta, dizendo:
— Será que eu vou saber cuidar de uma carta abandonada?
A carta de nervoso, chorou mais alto:
— Ai, ai, ai, ui, ui, ui!
Pomba Colomba embalou a carta e cantou uma cantiga pra ela. A carta parou um pouco de chorar. Depois, voltou ao berreiro:
— Ai, ai, ai, ui, ui, ui, ai, ai, ai!
— O que foi que aconteceu com você, carta chorona? - perguntou Pomba Colomba.
A carta respondeu:
— Sou uma carta de amor, que quer chegar, mas não sabe o endereço.
— E o que posso fazer por você? – perguntou Pomba Colomba.
Pela primeira vez, a carta falou explicadinho:
— Eu sou uma carta de amor, eu quero chegar... ai, ai, ai!..., mas não sei o endereço! Fui escrita por ele... que está apaixonado por ela...
Ele escreveu, assinou, mas não sabia o endereço. Me leva, me ajuda Pomba Colomba?
A pomba pensou, ficando num pé só... não adiantou. A pomba pensou, virada de cabeça pra baixo... não adiantou.
— Como você não sabe o endereço, nem eu, vai ser difícil... Vou levar você pra quem? – perguntou Pomba Colomba.
— Pra ela! Pra ela! – berrou a carta, toda amassada, de tanto nervoso.
— Você me leva, e eu vou olhando... Quando a gente se encontrar com ela, eu aviso!
— E como é o nome dela? – perguntou nervosa Pomba Colomba, perdendo três penas de uma só vez.
— O nome dela é “Meu Amor”! – gritou a carta, pulando de desespero. Aí a pomba agarrou a carta, abriu as asas e resolveu virar pomba-correio e procurar a tal de “Meu amor”. A pomba voou, voou. Passou por um palácio todo cercado de goiabeiras. No jardim do palácio, tinha uma princesa.
— É ela a tal de “Meu Amor”? – perguntou a pomba.
— Não! Esta carta não tem nada a ver com goiabas ou princesas! – gemeu a carta.
A pomba continuou a voar, a voar. Passou por uma pastora.
— E ela? – perguntou a pomba.
— Não – respondeu a carta. E a pomba continuou voando, voando.
Passou um bicho com cara de onça, rabo de onça, pata de onça. Só podia ser onça... e era.
Passou um bicho com cara de onça, rabo de onça, pata de onça. Só podia ser onça... e era.
— É ela! – berrou a carta.
A pomba perguntou assustada:
— Mas o “Meu Amor” da carta é uma onça?
— É. Foi o onço que escreveu pra onça! – disse a carta.
— Morro de medo de onça! Vou largar você daqui mesmo! - disse a pomba.
A carta começou a chorar, dizendo:
— Não me largue do alto! Eu posso ser levada pelo vento e me perder! Não me largue do alto... Posso cair lá longe, dentro da boca de um jacaré... Me entregue lá embaixo, direto para a onça!
Pomba Colomba voando em círculos, olhava pra onça que olhava pra pomba e lambia os beiços.
Quando a pomba viu a língua da onça, teve um arrepio de medo e voltou voando, depressa, depressa, com a carta no bico.
De longe, a pomba ainda ouviu a onça dizer:
— G r r r r r r!
— Credo! Se eu soubesse que a carta era pra uma onçona dessas, cruz eu não tinha viajado! E pensar que perdi um dia inteiro por causa desta carta maluca! – disse a pomba.
E a carta acabou de novo na casa da pomba, chorando. Chorou durante uma semana inteirinha:
— Ai, ai, ai, quem me leva? Ui, ui, ui!
Aí a pomba resolveu: pegou um selo, colou bem calado na cara da carta e falou:
— Vai pelo correio, sua chata!
(Sylvia Orthof) Atividades de interpretação
1) Pomba Colomba embalou a carta e cantou uma cantiga para ela.
Cantiga é o mesmo que canção ou música.
Cantiga é o mesmo que canção ou música.
2) Observe:
O que foi que aconteceu com você, carta chorona?
Chorona é a pessoa que chora muito.
Complete como no modelo:
a) Comilona é a pessoa que come muito.
b) Mandona é a pessoa que manda muito.
3) A carta da história que ouvimos diz:
“— Eu sou uma carta de amor, eu quero chegar... mas não sei o endereço!”
Escreva aqui o seu endereço:
Rua__________________________________________________________________Número__________
Bairro_____________________________________ Cidade:_____________________________________
Estado:___________________________________ CEP__________________________________________
(Resposta pessoal)
(Resposta pessoal)
4) Que tipo de carta Pomba Colomba encontrou na cesta?
Ela encontrou uma carta de amor que chorava muito.
5) Por que a carta não conseguiu chegar ao destinatário?
Ela não sabia o endereço.
6) Para quem era a carta?
Para alguém que foi nomeada na carta de "Meu Amor".
Para alguém que foi nomeada na carta de "Meu Amor".
7) O discurso direto consiste em transcrever textualmente a fala dos personagens. Transcreva um trecho em que o narrador emprega o discurso direto.
"— Será que eu vou saber cuidar de uma carta abandonada?"
8) Que sinal de pontuação foi utilizado para introduzir a fala dos personagens?
O travessão.
9) Que outro recurso pode ser utilizado para transcrever a fala de personagens?
As aspas.
10) Qual é o foco narrativo do texto:
a) narrador-personagem (1ª pessoa)
b) narrador-observador (3ª pessoa)
c) narrador-protagonista (1ª pessoa)
11) Para quem era a carta?
Para a onça.
12) Por que Pomba Colomba ao encontrar o destinatário da carta não a entregou?
Porque ela morria de medo de onça.
13) De acordo com a carta qual era o nome do destinatário da carta?
"Meu Amor".
14) De que modo Pomba Colomba resolveu o problema da carta chorona?
Ela pegou um selo, colou bem calado na cara da carta e a mandou pelo Correio.
Ela pegou um selo, colou bem calado na cara da carta e a mandou pelo Correio.
Andreia Cristina da Silva. Bolsista Subprojeto PIBID - Curso de Licenciatura em Pedagogia - Universidade Estadual de Goiás (UEG) Câmpus Quirinópolis, Goiás. Fonte: Diário de Campo, 2014 a 2017. PIBID - Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência - CAPES - Brasil.
Coordenadora de Área: Andreia Cristina da Silva.
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