A
fábula, o começo de tudo...
A
fábula é uma narração breve, cujos
personagens são, geralmente, animais, e que contém um ensinamento, uma lição de
sabedoria – a moral da história.
As
fábulas são uma das mais antigas formas de narrativas; acredita-se que elas
nasceram no Oriente, passando, depois, para a Grécia e, de lá, para Roma.
O
grego Esopo (VI a. C.) e o latino Fedro (Século I da Era Cristã) são
considerados os primeiros grandes fabulistas.
No
século XVII, na França, a fábula reviveu sua importância através de La Fontaine. Temos no século atual, no
Brasil, em Monteiro Lobato, o grande
recriador das fábulas tradicionais, dando-lhes um caráter nacional: é recriação
dele a fábula “O lobo e o cordeiro”.
O LOBO E O CORDEIRO
Estava
o cordeiro a beber num córrego, quando apareceu um lobo esfaimado, de horrendo
aspecto.
—
Que desaforo é esse de turvar a água que venho beber? — disse o monstro
arreganhando os dentes. — Espere que vou castigar tamanha má criação!...
O
cordeirinho, trêmulo de medo respondeu com inocência:
—
Como posso turvar a água que o senhor vai beber se ela corre do senhor para
mim?
Era
verdade aquilo e o lobo atrapalhou-se com a resposta. Mas não deu o rabo a torcer.
—
Além disso — inventou ele — sei que você andou falando mal de mim no ano
passado.
—
Como poderia falar mal do senhor o ano passado, se nasci neste ano?
Novamente
confundido pela voz da inocência, o lobo insistiu:
—
Se não foi você, foi seu irmão mais velho, o que dá no mesmo.
—
Como poderia ser o meu irmão mais velho, se sou filho único?
O
lobo, furioso, vendo que com razões claras não convenceria o pobrezinho, veio
com uma razão de lobo faminto:
—
Pois se não foi seu irmão, foi seu pai ou seu avô!
E
— nhoque! — sangrou-o no pescoço.
Moral: Contra a força não há
argumentos.
(Monteiro
Lobato)
Prática de Leitura e
Oralidade
Realizar
a leitura dramatizada da fábula “O lobo e o cordeiro”.
Escolha
um estudante para ser:
-
o narrador;
-
o lobo;
-
o cordeiro;
Fazer
um levantamento dos conhecimentos prévios dos estudantes sobre o que são
fábulas e sobre o autor Monteiro Lobato;
Compreensão do Texto
01.
Nessa fábula, há dois personagens: o lobo e o cordeiro. Qual é a intenção do
lobo?
O
que o impede de realizar imediatamente o seu desejo?
02.
Para cada acusação do lobo, o cordeiro tem uma defesa. Transcreva do texto a
justificativa que ele apresenta para se defender de cada uma dessas acusações:
Acusação feita
|
Defesa
apresentada
|
“—
Que desaforo é esse de turvar a água que venho beber?”
|
|
“—
Além disso (...) sei que você andou falando mal de mim no ano passado.”
|
|
“—
Se não foi você, foi seu irmão mais velho, o que dá no mesmo.”
|
03. Vendo que conseguia
vencer o cordeiro “com razões claras”, o lobo “veio com uma razão de lobo
faminto”.
Em cada caso, assinale
com um (X) a alternativa correta:
a)
Entendemos que “razões claras”, são:
( ) propostas inteligentes
( ) motivos justos
( ) leis
convincentes
b)
Já a “razão de lobo faminto” mostra a superioridade:
( ) da lógica sobre a força
( ) da força sobre a lógica
( ) da lógica sobre a fome
c)
A consequência da razão mais forte foi:
( ) o lobo culpar o pai e o avô do cordeiro
( ) o cordeiro fugir com um sangramento no
pescoço
( ) o lobo devorar o cordeiro
04. Nas fábulas os
animais falam, pensam, têm defeitos e qualidades, enfim, são como pessoas e
representam tipos humanos, como o falso, o esperto, o ingênuo, etc.
Com base nos atos e características
dos personagens dessa fábula, podemos compor uma imagem de cada um deles e
identificar que tipos representam.
a) Para isso, preencha as lacunas com as características destacadas abaixo, de modo a associá-las ao personagem a que pertencem:
força – fraqueza –
ingenuidade – inocência – brutalidade – fragilidade – selvageria – prepotência
Cordeiro
|
Lobo
|
b) Agora, com base nas
características de um e de outro, diga que tipo humano cada um desses personagens
representa:
Lobo:
Cordeiro:
Lobo:
Cordeiro:
05. As fábulas contêm
sempre um ensinamento — a moral da
história.
a) Qual é a moral dessa
fábula?
b) O que ela ensina?
Prática de Análise da Língua
06. Pesquise no
dicionário o significado das seguintes palavras:
a) horrendo:
b) esfaimado:
c) desaforo:
d) turvar:
e) inocência
07. Na fábula o autor optou,
em alguns trechos, pelo uso da linguagem coloquial.
-
linguagem coloquial ou informal: representada pelas
formas de linguagem usadas em situações de informalidade;
-
linguagem culta ou formal: representada pelas formas de
linguagem usadas em situações formais.
Esta distinção, no
entanto, não significa que um nível seja melhor que o outro. Sem dúvida, utilizamos
com mais facilidade a linguagem coloquial, até porque a usamos com mais
frequência. Contudo, é preciso entender que seu uso não constitui erro. O erro
está na inadequação, por exemplo, o emprego de gíria num texto científico,
situação em que se espera o emprego da linguagem formal.
a) “Era verdade aquilo e
o lobo atrapalhou-se com a resposta. Mas não deu o rabo a torcer.” No trecho em destaque o autor empregou
que tipo de linguagem:
( ) linguagem culta ou formal
( ) linguagem coloquial ou informal
b) Reescreva o trecho
destacado em linguagem culta ou formal. “Era verdade aquilo e o lobo
atrapalhou-se com a resposta. Mas não ____________________________________________________.”
08. Indique o tipo de
linguagem empregada nas frases a seguir:
(1) Linguagem coloquial
ou informal
(2) Linguagem culta ou
formal
( ) Ele ficou
de queixo caído ao saber que o filho estava preso.
( ) Maria era mestra em dar com a língua nos dentes.
( ) Ele ficou muito admirado com a nota
da prova de matemática.
( ) Ele era famoso por não conseguir guardar segredos.
( ) Marina falava pelos cotovelos.
( ) Emília é uma boneca muito tagarela.
Prática de Escrita
Vamos reescrever a fábula
ajudando o cordeirinho a enganar o lobo. No final do texto coloque a seguinte
moral:
Moral:
Contra a força, a esperteza!
Subprojeto PIBID - Curso de Licenciatura em
Pedagogia - Universidade Estadual de Goiás (UEG), Câmpus Quirinópolis, Goiás.
Fonte: Diário de Campo, 2014 a 2016. PIBID - Programa Institucional de Bolsas
de Iniciação à Docência - CAPES - Brasil.
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