quarta-feira, 1 de março de 2017

O Diário Pessoal - Uma página de diário (Érico Veríssimo, Clarissa)

 O Diário Pessoal
      O gênero textual diário é o registro de ideias, opiniões acerca da realidade que nos cerca, ele permite a expressão de sentimentos de uma maneira geral, bem como registrar fatos ocorridos no cotidiano.
     Na prática o diário pessoal é considerado um relato íntimo destinado apenas para ser lido pelo seu autor. Não existem grandes preocupações literárias e a linguagem é simples, fluída e familiar. É repetitivo, usa a linguagem coloquial e o conteúdo faz referência aos episódios do cotidiano do autor. Porém, na escola o diário será utilizado para registrar momentos importantes da vida do autor sendo permitida a leitura por outras pessoas.
     A utilização do diário é importante por se tratar de um texto livre que permite à criança se expressar espontaneamente, portanto, o diário possui um grande potencial para motivar a produção escrita.
     O professor pode confeccionar os diários com as folhas de papel que sobram nos cadernos dos próprios alunos, basta separá-las, elaborar uma capa bem bonita e grampeá-las ou costurá-las. Assim, teremos um diário personalizado para cada estudante.
     Ao iniciar o trabalho com o diário é importante selecionar trechos de diários de acordo com a faixa etária para serem lidos pelos estudantes. Com as crianças que ainda não foram alfabetizadas o registro no diário pode ser feito de forma coletiva por meio de pequenas frases e até mesmo por meio do desenho.
     Apesar de o diário ser um gênero textual livre, é importante que o educador trabalhe com os estudantes a sua estrutura.

Estrutura do texto

- Vocativo: como o autor não escreve para uma pessoa específica, mas sim para ele mesmo (a), pode começar assim: “Meu querido diário”...

- A data: essa parte é essencial, pois daqui a uns dez anos, poderá rever o que registrou numa determinada ocasião.

- Desenvolvimento: trata-se da parte na qual registrará as informações que desejar, não se esquecendo dos detalhes mais importantes.

- Por fim, a assinatura, evidenciando o autor (a) do texto.

COLÉGIO ESTADUAL PRESIDENTE CASTELO BRANCO
PROGRAMA PIBID/PEDAGOGIA – UEG/QUIRINÓPOLIS-GO
ALUNO: ____________________________________ DATA: _____/_____/_____

Uma página de diário
Clarissa abre o seu diário de capa verde e escreve:
Quero escrever neste diário tudo o que penso tudo o que sinto. Mas a gente nunca escreve tudo o que pensa, tudo o que sente. Por que será que só somos sinceros pensando?
Preciso ter um diário porque não tenho com quem conversar. As minhas colegas do Elementar não gostam de mim. (Não sei por quê!) a única que me procura é a Dolores.
No diário é como se eu estivesse conversando comigo mesma. Assim tenho a impressão de que estou menos só.
Que é que tenho para contar? O dia está lindo. Estamos no outono. No pátio de minha casa tem uma paineira florida. Bonito! Uma professora formada dizendo “tem uma paineira”. O direito é “há uma paineira”. Mas fica tão pedante... Por que será que a gente nunca escreve como fala? Bom, mas a verdade é que ninguém vai ler o meu diário.
E se eu morrer? Se eu morrer, depois da missa de sétimo dia mamãe toda de preto vem chorando reunir as minhas coisas. Encontra este livro, abre. Lê e fica sabendo todos os meus segredos.
Não. Preciso destruir este diário antes de morrer. O pior é que a gente nunca sabe quando vem a hora da morte.
Mas eu ia dizendo que no nosso pátio tem uma paineira florida. De manhã os passarinhos fazem uma gritaria doida dentro dela. Se eu soubesse pintar, eu pintaria a nossa paineira.
Hoje, entrando na sala de visitas, senti a mesma coisa que sentia quando era guria. Quando olhei para o retrato do meu bisavô senti um medo esquisito, uma impressão de que o retrato ia sair correndo atrás de mim. Bobagem! Um retrato não pode se mexer. Se os outros soubessem do meu medo, na certa riam de mim.
Mas o que eu sinto, não devo mentir. Pelo menos para mim mesma...

(Érico Veríssimo, Clarissa, 50. ed. São Paulo: Globo, 1999)
Prática de Oralidade e Leitura

- Realizar a leitura oral na sala de aula.
- Identificar os conhecimentos prévios dos estudantes sobre o gênero textual em estudo.
- Discutir oralmente os elementos constitutivos do diário pessoal (vocativo, data, desenvolvimento e assinatura), e localizar no texto aqueles que estão explícitos e ou implícitos).

Interpretação do Texto

1. Para Clarissa, o diário é uma espécie de diálogo íntimo. Que frase do texto contém essa informação?
a) “Preciso destruir este diário...”
b) “Quero escrever neste diário tudo o que penso, tudo o que sinto.”
c) “... só somos sinceros pensando?”
d) “No diário é como se eu estivesse conversando comigo mesma.”

2. O diário suaviza a solidão de Clarissa. Assinale a frase que justifica essa afirmação.
a) “Assim tenho a impressão de que estou menos só.”
b) “As minhas colegas não gostam de mim.”
c) “Que é que tenho para contar?”
d) “A única que me procura é Dolores.”

3. De acordo com o texto qual é a profissão de Clarissa?



4. Qual é o temor revelado por Clarissa ao escrever o seu diário?


5. Qual é a única amiga de Clarissa?



6. Que sentimento Clarissa revela ao observar o retrato de seu bisavô?



7. Por que Clarissa não pinta a paineira do pátio de sua casa?



8. Reescreva os trechos em destaque empregando a linguagem formal:

a) “No pátio de minha casa tem uma paineira florida.”



b)O pior é que a gente nunca sabe quando vem a hora da morte.”



c)Por que será que a gente nunca escreve como fala?”



9. A palavra pedante pode ser substituída sem prejuízo, exceto por:
a) presunçoso
b) soberbo
c) arrogante
d) compreensível

10. O que Clarissa pensou em fazer com o diário antes de morrer?



11. O que Clarissa pretende escrever no seu diário?

Prática de Escrita
12. Agora é a sua vez. Vamos produzir juntos uma página de diário. Não se esqueça do vocativo, da data, do desenvolvimento do assunto e da assinatura. Escolha um dos assuntos abaixo:

- Um dia de chuva;
- Um passeio na fazenda;
- Uma visita inesperada;
- Um presente inesquecível


Subprojeto PIBID - Curso de Licenciatura em Pedagogia - Universidade Estadual de Goiás (UEG) Câmpus Quirinópolis, Goiás. Fonte: Diário de Campo, 2016. PIBID - Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência - CAPES - Brasil.



5 comentários:

Jamilla disse...

Gabarito, por favor!!!!

Unknown disse...

Cadê o gabarito das respostas

Unknown disse...

Cadê o gabarito

Unknown disse...

Por favor gabarito

Unknown disse...

Gabarito