quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Fábula - O Lobo e o Cordeiro

A fábula, o começo de tudo...
A fábula é uma narração breve, cujos personagens são, geralmente, animais, e que contém um ensinamento, uma lição de sabedoria – a moral da história.
As fábulas são uma das mais antigas formas de narrativas; acredita-se que elas nasceram no Oriente, passando, depois, para a Grécia e, de lá, para Roma.
O grego Esopo (VI a. C.) e o latino Fedro (Século I da Era Cristã) são considerados os primeiros grandes fabulistas.
No século XVII, na França, a fábula reviveu sua importância através de La Fontaine. Temos no século XX, no Brasil, em Monteiro Lobato, o grande recriador das fábulas tradicionais, dando-lhes um caráter nacional: é recriação dele a fábula “O lobo e o cordeiro”.






O LOBO E O CORDEIRO
Estava o cordeiro a beber num córrego, quando apareceu um lobo esfaimado, de horrendo aspecto.
— Que desaforo é esse de turvar a água que venho beber? — disse o monstro arreganhando os dentes. — Espere que vou castigar tamanha má criação!...
O cordeirinho, trêmulo de medo respondeu com inocência:
— Como posso turvar a água que o senhor vai beber se ela corre do senhor para mim?
Era verdade aquilo e o lobo atrapalhou-se com a resposta. Mas não deu o rabo a torcer.
— Além disso — inventou ele — sei que você andou falando mal de mim no ano passado.
— Como poderia falar mal do senhor o ano passado, se nasci neste ano?
Novamente confundido pela voz da inocência, o lobo insistiu:
— Se não foi você, foi seu irmão mais velho, o que dá no mesmo.
— Como poderia ser o meu irmão mais velho, se sou filho único?
O lobo, furioso, vendo que com razões claras não convenceria o pobrezinho, veio com uma razão de lobo faminto:
— Pois se não foi seu irmão, foi seu pai ou seu avô!
E — nhoque! — sangrou-o no pescoço.

Moral: Contra a força não há argumentos.

(Monteiro Lobato)
Prática de Leitura e Oralidade

Realizar a leitura dramatizada da fábula “O lobo e o cordeiro”.
Escolha um estudante para ser:
- o narrador;
- o lobo;
- o cordeiro;
Fazer um levantamento dos conhecimentos prévios dos estudantes sobre o que são fábulas e sobre o autor Monteiro Lobato;

COMPREENSÃO DO TEXTO
01. Nesta fábula, há dois personagens: o lobo e o cordeiro. Qual é a intenção do lobo?

O que o impede de realizar imediatamente o seu desejo?

02. Para cada acusação do lobo, o cordeiro tem uma defesa. Transcreva do texto a justificativa que ele apresenta para se defender de cada uma dessas acusações:

Acusação feita
Defesa apresentada
“— Que desaforo é esse de turvar a água que venho beber?”
— Como posso turvar a água que o senhor vai beber se ela corre do senhor para mim?
“— Além disso (...) sei que você andou falando mal de mim no ano passado.”
— Como poderia falar mal do senhor o ano passado, se nasci neste ano?
“— Se não foi você, foi seu irmão mais velho, o que dá no mesmo.”
— Como poderia ser o meu irmão mais velho, se sou filho único?

03. Vendo que não conseguia vencer o cordeiro “com razões claras”, o lobo “veio com uma razão de lobo faminto”.

Em cada caso, assinale com um (X) a alternativa correta:

a) Entendemos que “razões claras”, são:
(  ) propostas inteligentes
(x) motivos justos
(  ) leis convincentes

b) Já a “razão de lobo faminto” mostra a superioridade:
(  ) da lógica sobre a força
(x) da força sobre a lógica
(   ) da lógica sobre a fome

c) A consequência da razão mais forte foi:
(  ) o lobo culpar o pai e o avô do cordeiro
(  ) o cordeiro fugir com um sangramento no pescoço
(x) o lobo devorar o cordeiro

04. Nas fábulas os animais falam, pensam, têm defeitos e qualidades, enfim, são como pessoas e representam tipos humanos, como o falso, o esperto, o ingênuo, etc.

Com base nos atos e características dos personagens desta fábula, podemos compor uma imagem de cada um deles e identificar que tipos representam.

a) Para isso, preencha as lacunas com as características destacadas abaixo, de modo a associá-las ao personagem a que pertencem:
b) 
força – fraqueza – ingenuidade – inocência – brutalidade – fragilidade – selvageria – prepotência

Cordeiro
Lobo
fraqueza
força
ingenuidade
brutalidade
inocência
prepotência
fragilidade
selvageria

b) Agora, com base nas características de um e de outro, diga que tipo humano cada um desses personagens representa:

05. As fábulas contêm sempre um ensinamento — a moral da história.

a) Qual é a moral dessa fábula?
"Contra a força não há argumentos."

b) O que ela ensina?
Ela ensina que os poderosos sempre conseguem derrotar os mais fracos seja por meio de argumentos ou pela força.


Prática de Análise da Língua

06. Pesquise no dicionário o significado das seguintes palavras:
a) horrendo: horrível
b) esfaimado: faminto, esfomeado
c) desaforo: desrespeito, atrevimento
d) turvar: sujar, ensombrar
e) inocência: pureza, ingenuidade

07. Na fábula o autor optou, em alguns trechos, pelo uso da linguagem coloquial.

- linguagem coloquial ou informal: representada pelas formas de linguagem usadas em situações de informalidade;

- linguagem culta ou formal: representada pelas formas de linguagem usadas em situações formais.

Esta distinção, no entanto, não significa que um nível seja melhor que o outro. Sem dúvida, utilizamos com mais facilidade a linguagem coloquial, até porque a usamos com mais frequência. Contudo, é preciso entender que seu uso não constitui erro. O erro está na inadequação, por exemplo, o emprego de gíria num texto científico, situação em que se espera o emprego da linguagem formal.
a) “Era verdade aquilo e o lobo atrapalhou-se com a resposta. Mas não deu o rabo a torcer.” No trecho em destaque o autor empregou que tipo de linguagem:

(  ) linguagem culta ou formal
(X) linguagem coloquial ou informal

b) Reescreva o trecho destacado em linguagem culta ou formal. “Era verdade aquilo e o lobo atrapalhou-se com a resposta. Mas não aceitou que havia sido vencido pelo argumento do cordeiro.

08. Indique o tipo de linguagem empregada nas frases a seguir:
(1) Linguagem coloquial ou informal
(2) Linguagem culta ou formal

(1) Ele ficou de queixo caído ao saber que o filho estava preso.
(1) Maria era mestra em dar com a língua nos dentes.
(2) Ele ficou muito admirado com a nota da prova de matemática.
(2) Ele era famoso por não conseguir guardar segredos.
(1) Marina falava pelos cotovelos.
(2) Emília é uma boneca muito tagarela.

Prática de Escrita

Vamos reescrever a fábula ajudando o cordeirinho a enganar o lobo. No final do texto coloque a seguinte moral:

Moral: Contra a força, a esperteza!

Subprojeto PIBID - Curso de Licenciatura em Pedagogia - Universidade Estadual de Goiás (UEG), Câmpus Quirinópolis, Goiás. Fonte: Diário de Campo, 2014 a 2016. PIBID - Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência - CAPES - Brasil.

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