quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

Fábula A raposa zoolímpica na corrida de obstáculos

A raposa zoolímpica na corrida de obstáculos
A raposa adquiriu velocidade correndo de dono de galinheiros no país onde ela roubava galinhas e se apresentou para a corrida de obstáculos de 100 metros dos Jogos Olímpicos.
Tinham competidores do mundo inteiro. Fuinhas, cutias, potros, cangurus, dromedários e até um tamanduá.
 Onde eu tenho de correr? – perguntou.
 Ora, raposa, você não está vendo a pista de corrida? –  disse-lhe o juiz.
 Se é essa a pista, por que esses cavaletes estão aí, atravancando o caminho?
 Raposa, isso é uma corrida de obstáculos. Corrida de obstáculos sem obstáculos deixa de ser corrida de obstáculos.
 Mas eu quero corrida de obstáculos sem obstáculos. Eles só servem para atrapalhar a corrida.
O juiz deu um suspiro:
 Os 100 metros com barreiras são provas de velocidade, raposa. Entende?.
 E os obstáculos?
 Os obstáculos podem ser e quase sempre são derrubados. Sua função é apenas atrapalhar a corrida dos atletas. As barreiras são colocadas de dez em dez metros, pesam uns quatro quilos cada e têm quase um metro de altura.
Dessa vez foi a raposa que deu um suspiro:
 É corrida de velocidade. Ganha quem é mais veloz. E para que não sejam velozes, vocês atrapalham os atletas, colocando barreiras no caminho. Isso é injusto. Quero participar de corrida de obstáculo sem obstáculos.
A raposa zoolímpica teve de ser retirada a força da pista de atletismo para que a corrida de obstáculos pudesse começar.

(Sérgio Capparelli)

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